A suposta realidade
“Pelo menos desde o tempo de Descartes, os cientistas reconhecem a natureza subjetiva do mundo dos sentidos e têm procurado compreender o mundo físico real, uma vez que ele existe independentemente dos nossos sentidos. O que vem à mente quando você tenta conceber o universo como se ele realmente existisse “lá fora”? Pense, por exemplo, em um átomo. Você provavelmente vai imaginar um pequeno núcleo com elétrons circulando ao redor, dentro de um domínio muito maior de espaço vazio. Se você pensar no núcleo, poderá imaginar prótons e nêutrons. Se você conhecer um pouco mais de física, poderá imaginar partículas ainda menores, como os quarks. Você adquiriu essas imagens mentais dos físicos, que as apresentam como modelos dos constituintes fundamentais do mundo físico, que estão realmente no mundo externo, ainda que ninguém esteja olhando. Mas as imagens que vêm à mente quando pensamos em partículas elementares, átomos, campos e energia são criações livres da mente humana. Eles não são fotografias instantâneas dos componentes reais do mundo físico, como se existissem independentemente da consciência. São modelos úteis, com certeza, mas só existem em relação à mente que os concebeu, assim como as experiências sensoriais existem apenas em relação aos nossos modos de percepção.”
~ Alan Wallace – Genuine Happiness