Homem ao mar!
Compaixão, pena e empatia. Será que é tudo a mesma coisa? Para explicar que não, o Professor Alan Wallace empresta uma metáfora perfeita de Matthieu Ricard, “o homem mais feliz do mundo”.
Imagine que você está em um navio, em alto-mar, e um homem, que está a bordo e que não sabe nadar, cai do barco. Logicamente, o que você sente, em primeiro lugar, é uma tristeza e um desespero profundo. O barco, por alguma razão não pode retornar e, portanto, o pobre homem vai morrer afogado. Tristeza! Você é um exímio nadador e pensa em pular no mar para salvar o homem. Mas como? Nadar para onde? Morreriam os dois, na melhor das hipóteses, de cansaço. Mas, olhando mais à frente você vê uma ilha, não muito longe de onde o homem está. E então… perfeito! Você, sem hesitar, salta para o mar, alcança o homem e consegue nadar com ele até a ilha.
Compaixão é assim: você empatiza com o sofrimento do outro, quer ajudar, mas não para por aí! Não é assim: “Ah, tomara que ele se salve!” Tem uma prontidão para ajudar. Você procura uma saída e encontra a ilha. E sabe que tem os meios hábeis para ajudar – você aprendeu a nadar, é um bom nadador.
Nas relações, além de perceber o sofrimento do outro, em todas as suas formas, é também preciso enxergar uma saída, caso contrário tudo vira desespero. E vamos precisar saber o que fazer. A compaixão e a sabedoria são como as duas asas de um pássaro. Se uma delas falha, o pássaro voa apenas em círculos.